15 de março de 2011

Agonia

Eu queria me trancar,
Me trancar sozinha em um lugar,
Um lugar para gritar,
Gritar alto sem ninguém para reclamar,
Sem ter que me explicar,
E liberar essa agonia
Que já não consigo agüentar!

2 comentários:

Adélio disse...

Antes de mais, quero felicitar a Bruna pela seu trabalho e cumprimentar os leitores. A todos desejo um Feliz Natal e um próspero Ano Novo.

É um texto poético de sete versos com sete sílabas ou mais. Designam-se, por isso, versos de arte maior. Todos rimam, na última sílaba (–ar), pelo que se chama rima aguda. O sexto verso rima no interior, na quarta sílaba, por isso, diz-se rima interior e termina com a palavra que lhe dá o título; não acontece por acaso, mas como se a agonia – expressão de um sentimento que se realiza na morte – estivesse para chegar. Também se diz rima seguida, pelo facto de aliar mais de dois versos sucessivos; e rima incompleta, por não repetir a consoante anterior à terminação. Com excepção do segundo verso, toda a rima se faz entre palavras da mesma classe gramatical.
Nesta composição dramática (tendencialmente trágica), a autora inspira-se num acontecimento comovente: a aproximação fatal da agonia, pouco serena... já nem pode aguentar.
Quanto ao fundo, a beleza sobreleva-se, ainda, à medida que vai criando proporções cada vez mais próximas da morte, isto é, agonizantes. O último e penúltimo versos indicam fatalidade trágica; mas, em todo texto, as expressões – trancar, sozinha, um lugar, gritar, ninguém, reclamar, explicar, liberar, agonia, aguentar – conduzem a esse desfecho. A repetição de algumas expressões pode significar a importância que, por elas, a autora quer dar a entender.
É claro o desejo de se "trancar sozinha" " e "em um lugar" "sem ninguém", para não ter de se explicar. Se, por um lado, significa a ausência de quem possa impedir que a agonia aconteça livremente, por outro, enfatiza-se a necessidade de não haver quem reclame.
Adélio.

Adélio disse...

Antes de mais, quero felicitar a Bruna pela seu trabalho e cumprimentar os leitores. A todos desejo um Feliz Natal e um próspero Ano Novo.

É um texto poético de sete versos com sete sílabas ou mais. Designam-se, por isso, versos de arte maior. Todos rimam, na última sílaba (–ar), pelo que se chama rima aguda. O sexto verso rima no interior, na quarta sílaba, por isso, diz-se rima interior e termina com a palavra que lhe dá o título; não acontece por acaso, mas como se a agonia – expressão de um sentimento que se realiza na morte – estivesse para chegar. Também se diz rima seguida, pelo facto de aliar mais de dois versos sucessivos; e rima incompleta, por não repetir a consoante anterior à terminação. Com excepção do segundo verso, toda a rima se faz entre palavras da mesma classe gramatical.
Nesta composição dramática (tendencialmente trágica), a autora inspira-se num acontecimento comovente: a aproximação fatal da agonia, pouco serena... já nem pode aguentar.
Quanto ao fundo, a beleza sobreleva-se, ainda, à medida que vai criando proporções cada vez mais próximas da morte, isto é, agonizantes. O último e penúltimo versos indicam fatalidade trágica; mas, em todo texto, as expressões – trancar, sozinha, um lugar, gritar, ninguém, reclamar, explicar, liberar, agonia, aguentar – conduzem a esse desfecho. A repetição de algumas expressões pode significar a importância que, por elas, a autora quer dar a entender.
É claro o desejo de se "trancar sozinha" " e "em um lugar" "sem ninguém", para não ter de se explicar. Se, por um lado, significa a ausência de quem possa impedir que a agonia aconteça livremente, por outro, enfatiza-se a necessidade de não haver quem reclame.
Adélio.