A pequena Maria
Maria é uma menina muito especial. Aos sete anos, a filha única de dona Alzira, já viveu algumas desventuras, mas nem por isso perdeu a inocência e o brilho no olhar. O pai de Maria morreu há quatro anos em um trágico acidente e deixou a filha e a esposa sozinhas e com muitas dificuldades.
Dona Alzira é uma costureira de mão cheia. Ela vende seus bordados para sustentar a pequena Maria que, apesar da pouca idade, ajuda muito a mãe nos afazeres domésticos. Os bordados de dona Alzira fazem sucesso na região, mas mesmo com tantas encomendas, o dinheiro que junta no fim de cada mês é pouco, quase insuficiente, para pagar o aluguel e a alimentação. Por causa do apertado orçamento, há tempos Maria não veste roupas novas e seu único calçado, desbotado e sem cadarço, já não cabe direito em seus pés. Brinquedos então? A pequenina só tem uma boneca que seu pai lhe deu pouco antes de partir, uma boneca que Maria ama mais que tudo...
Apesar das dificuldades e da difícil vida, Maria não é uma menina triste, muito pelo contrário. Sua mãe, que é a pessoa que mais convive com Maria, fica intrigada quando pensa como é possível uma menina tão sozinha e tão cheia de responsabilidade ser verdadeiramente feliz. Maria não sai de casa nunca. Além de ajudar com a limpeza, ela também atende ao telefone e repassa as encomendas, para que sua mãe não precise parar o trabalho a toda hora. A pequena, apesar de não saber escrever – nunca teve oportunidade de freqüentar uma escola – é muito esperta e tem uma memória incrível. Mas seria muita irresponsabilidade resumir a pequena Maria dessa maneira. Maria é uma menina muito especial, ela tem um segredo.
Dona Alzira é uma costureira de mão cheia. Ela vende seus bordados para sustentar a pequena Maria que, apesar da pouca idade, ajuda muito a mãe nos afazeres domésticos. Os bordados de dona Alzira fazem sucesso na região, mas mesmo com tantas encomendas, o dinheiro que junta no fim de cada mês é pouco, quase insuficiente, para pagar o aluguel e a alimentação. Por causa do apertado orçamento, há tempos Maria não veste roupas novas e seu único calçado, desbotado e sem cadarço, já não cabe direito em seus pés. Brinquedos então? A pequenina só tem uma boneca que seu pai lhe deu pouco antes de partir, uma boneca que Maria ama mais que tudo...
Apesar das dificuldades e da difícil vida, Maria não é uma menina triste, muito pelo contrário. Sua mãe, que é a pessoa que mais convive com Maria, fica intrigada quando pensa como é possível uma menina tão sozinha e tão cheia de responsabilidade ser verdadeiramente feliz. Maria não sai de casa nunca. Além de ajudar com a limpeza, ela também atende ao telefone e repassa as encomendas, para que sua mãe não precise parar o trabalho a toda hora. A pequena, apesar de não saber escrever – nunca teve oportunidade de freqüentar uma escola – é muito esperta e tem uma memória incrível. Mas seria muita irresponsabilidade resumir a pequena Maria dessa maneira. Maria é uma menina muito especial, ela tem um segredo.
Capítulo 2
Os incríveis bordados de dona Alzira
Dona Alzira não sabia, mas tinha um dom. Toda vez que bordava, não importa que peça fosse, ela transmitia a emoção que estava sentindo no momento para o desenho, para as telas, para as linhas, e, no final do trabalho, o bordado carregava o sentimento da costureira. Se no momento de bordar um pano de prato, por exemplo, ela estiver feliz, o desenho transmitirá felicidade. Porém, se ela estiver triste – mesmo que o bordado seja uma bonita paisagem – o desenho transmitirá tristeza. E assim acontecia com a angústia, o alívio, a ira, o medo, a saudade... Enfim, dona Alzira bordava sentimentos.
Todos os bordados, os com bons sentimentos e os com sentimentos ruins, tinham a mesma beleza aparente. Mesmo sem saber do que era capaz, dona Alzira, assim como a clientela, percebia uma diferença entre os bordados (mesmo quando os desenhos eram iguais). Nunca ninguém se atreveu a definir qual era o mistério que rondava os trabalhos da bordadeira.
Todos que já conheciam o trabalho de dona Alzira chamavam-na de ‘a maga dos bordados’ e, ao encomendarem um trabalho, proseavam sobre o pedido – se seria um presente ou uma aquisição pessoal e contavam como andava a vida. Curiosamente, os bordados que mais vendiam eram os que carregavam saudades, saiam mais até do que os com alegria. Havia encomendas melancólicas, que dona Alzira bordava com um nó no peito, pois seja qual fosse o pedido, ela nunca se negava a bordar – talvez por desconhecer sua habilidade de ‘prender’ sentimentos. A maioria dos compradores, que em vez de encomendar escolhia os bordados já prontos, optava pelos felizes, mas existia quem comprasse os bordados tristes. Existiam bordados para todos os gostos e gostos para todos os bordados, tanto é que nenhum nunca ficava encalhado.
No mundo inteiro, apenas uma pessoas podia explicar os bordados de dona Alzira, essa pessoa era a pequena Maria – que entendia bem o trabalho de sua mãe e também escondia de todos um segredo...
Todos os bordados, os com bons sentimentos e os com sentimentos ruins, tinham a mesma beleza aparente. Mesmo sem saber do que era capaz, dona Alzira, assim como a clientela, percebia uma diferença entre os bordados (mesmo quando os desenhos eram iguais). Nunca ninguém se atreveu a definir qual era o mistério que rondava os trabalhos da bordadeira.
Todos que já conheciam o trabalho de dona Alzira chamavam-na de ‘a maga dos bordados’ e, ao encomendarem um trabalho, proseavam sobre o pedido – se seria um presente ou uma aquisição pessoal e contavam como andava a vida. Curiosamente, os bordados que mais vendiam eram os que carregavam saudades, saiam mais até do que os com alegria. Havia encomendas melancólicas, que dona Alzira bordava com um nó no peito, pois seja qual fosse o pedido, ela nunca se negava a bordar – talvez por desconhecer sua habilidade de ‘prender’ sentimentos. A maioria dos compradores, que em vez de encomendar escolhia os bordados já prontos, optava pelos felizes, mas existia quem comprasse os bordados tristes. Existiam bordados para todos os gostos e gostos para todos os bordados, tanto é que nenhum nunca ficava encalhado.
No mundo inteiro, apenas uma pessoas podia explicar os bordados de dona Alzira, essa pessoa era a pequena Maria – que entendia bem o trabalho de sua mãe e também escondia de todos um segredo...
Capítulo 3
O segredo de Maria
A pequena Maria conhecia bem o dom de sua mãe. Conhecia, entendia e tirava um bom proveito dos incríveis bordados. A menina sabia diferenciar perfeitamente cada sentimento que ficava preso nos desenhos da mãe. Mas ela só havia falado sobre isso com sua boneca, com mais ninguém. A pequena nunca comentou, não por ser um assunto complicado ou por medo (e sim, ela tinha consciência de que era a única que podia explicar o que a mãe podia fazer), mas ela receava que o seu segredo fosse revelado junto. Sim, o segredo da pequena não é apenas o poder de explicar os sentimentos bordados pela mãe. Maria também tinha um dom, também fazia sua mágica.
Maria passava muito tempo sozinha e, por não ter brinquedos e nem muito com o que se entreter, ela gostava de olhar os bordados de mãe. Foram muitas horas, dias, talvez anos observando os bordados. Cada vez mais ela ficava encantada com o trabalho de dona Alzira. Cada vez mais aprendia. E apesar de não saber precisar quando foi a primeira vez, Maria lembra bem, como se tivesse acontecido ontem. Era fim de tarde e dona Alzira saiu para entregar as encomendas que tinha finalizado. Como de costume, a menina foi admirar os desenhos e, de repente, caiu para dentro do bordado.
Não demorou muito para a esperta Maria entender o que tinha acontecido. Ao ver ao seu redor as grandes árvores verdes, o imenso sol brilhando, as lindas borboletas cor-de-rosa e o pequeno lago translúcido, a pequena soube que era o cenário que há poucos segundos olhava, bordado. Ficou maravilhada com a ‘mágica’ que acabara de acontecer. Pensou por uns instantes se todas as crianças do mundo poderiam fazer aquilo. ‘Se tem gente que mora dentro da televisão da casa da Chicota’ - vizinha que morava na casa da frente - pensou Maria, ‘porque não se pode entrar no bordado da mamãe?’ Apesar de achar o fato natural, a sabida menina resolveu não comentar com ninguém, pelo menos por enquanto.
Maria saiu do bordado rapidamente, antes que sua mãe retornasse, mas não conseguia pensar em outra coisa. À noite, na hora de dormir, ela contou sua aventura para a querida boneca – que havia ficado ao lado do bordado, observando Maria, e foi muito útil para a menina, quando precisou achar o caminho de volta. Nos dias que se passaram, sempre que dona Alzira se ausentava de casa, Maria escolhia um bordado – de preferência os com bons sentimentos – e entrava dentro dele.
Ela conhecia lugares e pessoas novas praticamente todos os dias. Comia guloseimas que nunca tinha imaginado que pudessem ser feitas. Tomava banho de cachoeira, colhia flores e era feliz. Vivia intensamente. Já tinha sentido mais do que muita gente mais velha, pois as experiências vividas em seu fantástico mundo bordado eram reais. Apesar de já ter tentado, ela não conseguia trazer nada de dentro (além das lembranças) do bordado para sua casa e nem vice-versa. Já quis entrar com sua boneca, mas não obteve sucesso. Sempre que partia numa nova história, ela deixava a boneca bem perto do bordado, para cuidar e ser uma referência para achar o caminho de volta...
Maria passava muito tempo sozinha e, por não ter brinquedos e nem muito com o que se entreter, ela gostava de olhar os bordados de mãe. Foram muitas horas, dias, talvez anos observando os bordados. Cada vez mais ela ficava encantada com o trabalho de dona Alzira. Cada vez mais aprendia. E apesar de não saber precisar quando foi a primeira vez, Maria lembra bem, como se tivesse acontecido ontem. Era fim de tarde e dona Alzira saiu para entregar as encomendas que tinha finalizado. Como de costume, a menina foi admirar os desenhos e, de repente, caiu para dentro do bordado.
Não demorou muito para a esperta Maria entender o que tinha acontecido. Ao ver ao seu redor as grandes árvores verdes, o imenso sol brilhando, as lindas borboletas cor-de-rosa e o pequeno lago translúcido, a pequena soube que era o cenário que há poucos segundos olhava, bordado. Ficou maravilhada com a ‘mágica’ que acabara de acontecer. Pensou por uns instantes se todas as crianças do mundo poderiam fazer aquilo. ‘Se tem gente que mora dentro da televisão da casa da Chicota’ - vizinha que morava na casa da frente - pensou Maria, ‘porque não se pode entrar no bordado da mamãe?’ Apesar de achar o fato natural, a sabida menina resolveu não comentar com ninguém, pelo menos por enquanto.
Maria saiu do bordado rapidamente, antes que sua mãe retornasse, mas não conseguia pensar em outra coisa. À noite, na hora de dormir, ela contou sua aventura para a querida boneca – que havia ficado ao lado do bordado, observando Maria, e foi muito útil para a menina, quando precisou achar o caminho de volta. Nos dias que se passaram, sempre que dona Alzira se ausentava de casa, Maria escolhia um bordado – de preferência os com bons sentimentos – e entrava dentro dele.
Ela conhecia lugares e pessoas novas praticamente todos os dias. Comia guloseimas que nunca tinha imaginado que pudessem ser feitas. Tomava banho de cachoeira, colhia flores e era feliz. Vivia intensamente. Já tinha sentido mais do que muita gente mais velha, pois as experiências vividas em seu fantástico mundo bordado eram reais. Apesar de já ter tentado, ela não conseguia trazer nada de dentro (além das lembranças) do bordado para sua casa e nem vice-versa. Já quis entrar com sua boneca, mas não obteve sucesso. Sempre que partia numa nova história, ela deixava a boneca bem perto do bordado, para cuidar e ser uma referência para achar o caminho de volta...
Capítulo 4
Dentro do bordado
Já havia se passado anos desde a primeira vez que Maria tinha entrado num bordado. Ela conhecia todos os sentimentos e tinha lá suas preferências. Concluiu que, por pior que pareça uma emoção, de alguma maneira se pode tirar um bom proveito dela. Sua mãe era mestre em bordar o lado bom das coisas. Maria gostava da ternura, da bondade e, claro, da felicidade. Evitava a raiva, a ira e a angústia. Mas o que temia – e nessa ela só havia ido uma vez – era a saudade.
A saudade era mais triste que a tristeza, mais melancólico que a melancolia e carregava ainda um pouco de revolta e arrependimento. A experiência de entrar na saudade foi tão ruim que ela nem pensava sobre o assunto, pois havia tantos outros sentimentos a serem explorados, que realmente não valia a pena.
Porém, certa época, dona Alzira recebeu uma grande encomenda de uma saudosa mãe que gostaria de presentear a filha, que havia se casado e mudado de cidade. Era um enxoval inteiro de saudade... A ‘maga dos bordados’ já trabalhava há um mês inteiro na encomenda: eram toalhas de banho e rosto, roupas de cama, panos de pratos, cortinas para a cozinha e banheiro. Toda vez que Maria pensava em entrar em um bordado vacilava, pois todos eram de saudade. Mas como a muito tempo não se aventurava, ela resolveu que enfrentaria aquele sentimento que tanto a assustava. Lá foi Maria, mergulhada em saudades...
A paisagem era uma vila antiga que lembrava muito as cidadelas da região da Île-de-France, era linda, como de praxe nos bordados de dona Alzira, mas muito calma a até mesmo um pouco sombria... Maria ficou preocupada. Olhou para ver se sua boneca estava observando tudo e, ao ver que sim, relaxou – a boneca sempre foi sua referência para encontrar o caminho de volta. Aos poucos a pequena foi se entregando ao sentimento. O vento que soprava seus cabelos era mais frio que o normal, mas não chegava a incomodar. Ela encontrava-se em uma grande estrada de pedras e, descalça, caminhava lentamente, tentando enxergar o que tinha a frente. A neblina limitava a vista. Logo mais observou um castelo escuro, ao fim da estrada. Rumou para lá. Quanto mais se aproximava do lugar, com mais força o vento soprava. Já perto da porta de entrada assobiava um barulho ensurdecedor. Toda desalinhada, com a saia levantada e uma grande agonia, ela atravessou, subitamente, o murro do castelo. Pobre Maria, nem percebeu que a ventania havia derrubado sua querida boneca no chão.
Dentro dos limites do castelo era mais frio do que fora. ‘Que lugar estranho, confuso, não sei se gosto daqui’. Passando pelo portão principal ela avistou o que concluiu ser um labirinto. Por um segundo recuou, mas a curiosidade falou mais alto e a corajosa garotinha entrou. Em algum outro bordado ela tinha aprendido uma técnica - que na hora pensou ser inútil, mas agora era de grande valia - ‘para sair de qualquer labirinto’ explicou um antigo caçador de dragões, ‘basta encostar sua mão direita na parede direita e ir andando sem desencostar’. E foi assim que ela conseguiu sair do outro lado.
O castelo era maior do que parecia de longe, Maria se sentiu muito pequena, menor do que o normal. A porta de entrada era colossal. Ela pensou ‘só mais uma checada na boneca e entro’. Cadê a boneca? Maria olhava, procurava, se virava na direção em que a boneca deveria estar, e nada. Por um momento ela pensou que tinha perdido o senso de direção, por causa do labirinto. Mas não via a boneca em lugar nenhum. Mal sabia ela que a boneca estava no chão de sua casa, pois o vento estranho e sombrio que emergia do bordado tinha a derrubado. Mil coisas passaram pela cabeça de pequena. O desespero tomou conta do seu coração por uns instantes. Ela se abaixou, deixou as lágrimas escorrerem pelo rosto. Respirou profundamente, recuperou as forças e se levantou.Foi exatamente nesse momento que dona Alzira adentrou sua casa. Viu a boneca no chão e chamou por Maria. ‘Deve estar comendo escondido, aquela minha filha gulosa’, pensou e sorriu displicentemente. Pegou a boneca do chão e a colocou na estante. Olhou de relance o bordado da antiga vila, que havia feito em uma cortina, e observou que entre o labirinto e a porta do castelo havia uma pessoinha, que ela nem se lembrava de ter feito. Mas era tão bonita que resolveu bordar. ‘Ela será a princesa do meu castelo’. E foi com esse pensamento que dona Alzira, sem saber, prendeu Maria para sempre dentro do bordado.
A saudade era mais triste que a tristeza, mais melancólico que a melancolia e carregava ainda um pouco de revolta e arrependimento. A experiência de entrar na saudade foi tão ruim que ela nem pensava sobre o assunto, pois havia tantos outros sentimentos a serem explorados, que realmente não valia a pena.
Porém, certa época, dona Alzira recebeu uma grande encomenda de uma saudosa mãe que gostaria de presentear a filha, que havia se casado e mudado de cidade. Era um enxoval inteiro de saudade... A ‘maga dos bordados’ já trabalhava há um mês inteiro na encomenda: eram toalhas de banho e rosto, roupas de cama, panos de pratos, cortinas para a cozinha e banheiro. Toda vez que Maria pensava em entrar em um bordado vacilava, pois todos eram de saudade. Mas como a muito tempo não se aventurava, ela resolveu que enfrentaria aquele sentimento que tanto a assustava. Lá foi Maria, mergulhada em saudades...
A paisagem era uma vila antiga que lembrava muito as cidadelas da região da Île-de-France, era linda, como de praxe nos bordados de dona Alzira, mas muito calma a até mesmo um pouco sombria... Maria ficou preocupada. Olhou para ver se sua boneca estava observando tudo e, ao ver que sim, relaxou – a boneca sempre foi sua referência para encontrar o caminho de volta. Aos poucos a pequena foi se entregando ao sentimento. O vento que soprava seus cabelos era mais frio que o normal, mas não chegava a incomodar. Ela encontrava-se em uma grande estrada de pedras e, descalça, caminhava lentamente, tentando enxergar o que tinha a frente. A neblina limitava a vista. Logo mais observou um castelo escuro, ao fim da estrada. Rumou para lá. Quanto mais se aproximava do lugar, com mais força o vento soprava. Já perto da porta de entrada assobiava um barulho ensurdecedor. Toda desalinhada, com a saia levantada e uma grande agonia, ela atravessou, subitamente, o murro do castelo. Pobre Maria, nem percebeu que a ventania havia derrubado sua querida boneca no chão.
Dentro dos limites do castelo era mais frio do que fora. ‘Que lugar estranho, confuso, não sei se gosto daqui’. Passando pelo portão principal ela avistou o que concluiu ser um labirinto. Por um segundo recuou, mas a curiosidade falou mais alto e a corajosa garotinha entrou. Em algum outro bordado ela tinha aprendido uma técnica - que na hora pensou ser inútil, mas agora era de grande valia - ‘para sair de qualquer labirinto’ explicou um antigo caçador de dragões, ‘basta encostar sua mão direita na parede direita e ir andando sem desencostar’. E foi assim que ela conseguiu sair do outro lado.
O castelo era maior do que parecia de longe, Maria se sentiu muito pequena, menor do que o normal. A porta de entrada era colossal. Ela pensou ‘só mais uma checada na boneca e entro’. Cadê a boneca? Maria olhava, procurava, se virava na direção em que a boneca deveria estar, e nada. Por um momento ela pensou que tinha perdido o senso de direção, por causa do labirinto. Mas não via a boneca em lugar nenhum. Mal sabia ela que a boneca estava no chão de sua casa, pois o vento estranho e sombrio que emergia do bordado tinha a derrubado. Mil coisas passaram pela cabeça de pequena. O desespero tomou conta do seu coração por uns instantes. Ela se abaixou, deixou as lágrimas escorrerem pelo rosto. Respirou profundamente, recuperou as forças e se levantou.Foi exatamente nesse momento que dona Alzira adentrou sua casa. Viu a boneca no chão e chamou por Maria. ‘Deve estar comendo escondido, aquela minha filha gulosa’, pensou e sorriu displicentemente. Pegou a boneca do chão e a colocou na estante. Olhou de relance o bordado da antiga vila, que havia feito em uma cortina, e observou que entre o labirinto e a porta do castelo havia uma pessoinha, que ela nem se lembrava de ter feito. Mas era tão bonita que resolveu bordar. ‘Ela será a princesa do meu castelo’. E foi com esse pensamento que dona Alzira, sem saber, prendeu Maria para sempre dentro do bordado.
Bruna Presmic
44 comentários:
Olá!!
Muito obrigada!!Somos colegas de profissão!!!
Serás sempre bem vinda ao meu blog!!
Beijos
Que bela estória !
"Quando falamos em Páscoa, a primeira associação que vem à mente da maioria das pessoas é o coelhinho e o chocolate. Na verdade, a Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu, por três dias até sua ressurreição. Páscoa é a celebração da ressurreição de Jesus, de sua vitória sobre a morte.
A celebração da páscoa vem desde o tempo de Moisés no êxodo dos israelitas do Egito durante o reinado do faraó Ramsés II, quando o objetivo era o de comemorar a libertação da escravidão. Hoje o povo cristão celebra a mesma libertação, a libertação do pecado através de Jesus Cristo.
Não tem problema nenhum você comer chocolate na páscoa (a não ser que esteja de dieta). O importante é guardar o real significado desta festa".
Feliz Páscoa!
olá bruna,
obrigado pelo comentário no meu blog, que bom que você gostou. Espero que volte outras vezes. Qualquer coisa mail-me.
ah, eu também escrevo... só que um estilo diferente de texto. Se quiser conferir, veja aqui:
http://motherjoana.blogspot.com/2008/01/crnicas-de-um-blogueiro-parte-4.html
beijo.
Olá, Bruna!
Olha, muito obrigado pela visita, viu?
Gostei do seu canto. Bem bacana.
Verdade.
Pode deixar q voltarei outras vezes.
Beijo grande!
olá,
que bem que borda esta menina!
tenho uma menina que
também borda assim,...
a que...voa,...
Olá Bruna, obrigado pelo elogio fico feliz em saber de sua opnião =D
gostei de teu blog também e o conto mais ainda,o final é triste, mas encantador... =D
abração e feliz páscoa!
Bruna,
muito simpático seu blog B.
Obrigado pela visita e comentário no Varal. Volte sempre! Será muito bem vinda!
vou voltar pra acomnhar a história do inicio.
bjos
feliz páscoa
Ai Bruninha, esse conto foi o que mais me encantou até agora! Especialmente pelo estilo do final dele...Viajei mesmo na estória! Ah, eu quero um livro teu!!!!!!!!!Eu quero, eu quero, eu quero!!!
Oi princess, que legal q somos coleguinhas! Podexá q já add seu blog! Vc tb será sempre bem vinda aqui 8)
Bjokas
Oi Wilma,
obrigada pela visista!
Espero que tenha tido uma boa Páscoa!
Bjokas
big mother, adorei seus textos e seu blog! Já tá nos meus favoritos 8)
Bjokas
isaque,
seu canta tb é muito maneiro!
Aparece sim, vou adorar!
Bjokas
Oi anônimo,
apareça mais vezes ;)
Oi wagner,
obrigada pela visita! Apareça mais vezes 8)
Bjokas
Oi Eduardo, pode deixar q eu volto sim 8)
Bjokas
Oi niseloka, volta sim... espero que goste 8)
Bjokas
Miudinha linda do meu coração!
Obrigada pela visita!!!
Volta sempre, tá?
Bjokas
Quero ver este blog virar um livro! Fica a Dica!
Penso em fazer o mesmo com o "Meio pau" ou outro projeto virtual!
Tchau, querida!
Olá Bruna, bom domingo!! Muito obrigada por me linkar. Atualizei minha lista de contatos e também coloquei o seu blog, para que meus amigos tenham uma "porta de entrada" para seu maravilhoso Blog B!!E fiquem todos "presos" à leitura dos seus contos encantados, assim como eu fiquei... Você bordou com as letrinhas as emoções em sua tela acesa. Que história linda e original - Bruna você tem um estilo que me cativou. Beijos e até breve.
Lindo. Uma fantasia encantadora. Adorei.
Vim desejar-lhe um ótimo fim-de-semana e informar-lhe que já está postado no Caminho dos Contos o último capítulo do conto que vem acompanhando.
Beijos de Sol.
Bruna
Temos que providenciar o lançamento do livro " Contos da B! ". Sensacional!
Você está mandando muito melhor nesse cantinho de cá.
Beijo
Marcos
Ps.: Hoje eu repostei a minha primeira crônica. Depois vai lá.
Também fiz um blog só de fotografias http://fotodiurna.blogspot.com
Bruna
Configure seu blog para que use sistema anti-spamers (na parte de "personalizar", vá em configurações - comentários - marque "exibir confirmação de palavras para os comentários".
Note que o primeiro e o 22° comentário recebido são spamers, com risco de conter vírus.
Beijo
Marcos
Olá Bruna! Obrigado pelo comentário!!hehehe.. mas será que seria pior mesmo?rsrsrs...
Maria seria uma grande psicóloga, pelo que pude ler rapidamente!! E é tão legal observar as pessoas, pois, muitas vezes, elas falam mais com gestos do que com palavras...
Muito bom o texto!!
Bjus!
Adoro seu blog. Muito bons os textos.
bjs
Julia
Uma fábula sem final feliz. Se bem que, se pararmos para pensar, boa parte das fabulas clássicas são bastante trágicas, com direito àquelas lições de moral para os meninos e meninas não fazerem asneiras. Será que esta fábula possui uma lição? Provavelmente não afunde na saudades – e cuidado para não costurar o que não deve ;x. Adorei, mais que o anterior – melhorando a cada dia hein?
Bruna
Muito bom esse conto.
Mas com um final tão tristinho, com a menina pressa para sempre no bordado da mãe.
Me avise a data da noite de autógrafos do livro, estarei na imeeeeeensa fiiiiiiiila, fazendo a maior propaganda.
Bjs,
Denise BC
Olá, bruna!
Kd as novidades?
Beijo!
Algo a dizer?
Sem palavras...
Lindo! Lindo! Lindo!
Quase chorei no fim.
Bruna, só pra avisar que eu não consegui achar teu blog no link que você me passou.
Recordando que amanha 18 de Abril tem a Blogagem Coletiva “O que voce faz para acabar com o analfabetismo no Brasil?”
Meire
OI Bruna, tudo bem?
Pensei que você estivesse fazendo parte da blogagem coletiva contra o analfabtismo. Nao achei o seu texto sobre o assunto.
Abracos
Bruna
Passei para te desejar saúde e te dar um beijo.
do Marcos
volte logo e bem!
Parabéns Bruna
O conto inteirinho está magnifico.
beijos
Final triste. Mas talvez a menina tenha arranjado um jeito de ser feliz ali, afinal, ser feliz era sua "especialidade", né?
Beijos.
você ficou presa no bordado?
;~~
miss.
Sou!? Serei apenas um desalinhado?
Pensador fugitivo ao agreste sonho
Uma pedra pensante no meio da ilha
Meio Homem, meio Arcanjo, um ser bisonho
Boa semana
Mágico beijo
Oi Bruna... te encontrei aqui tbm... espero que possamos nos comunicar como no GO... bjs
~Só tinha lido a 1ª parte desse conto no GO mas não imaginava que o final fosse tão triste!!!!
Mesmo assim foi uma bonita história...
bjs
Oi Bruna!
A bolsa tem 24cm x 18cm!
Para maiores informações, mande-me um email querida..
bjobjo
Parece um conto de fadas ;) Só que dá uma dó da Mariazinha...
Oi Bruna, passei para lhe deixar beijos. Madá
Muito lindo seu texto,sempre acompanhando,mas com tanta coisa a fazer vc quase nao tem o feito bjos...
Oh...que lindo conto e ao mesmo tempo tão triste; que final inesperado!
Bruna, adorei "descobrir" este blog; voltarei para ler os demais!
Você não atualiza mais?
Bruna, você é demais!
bjks
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