Ela tem a mania de não pisar em bueiros. Anda pelas ruas
desviando de todos e, às vezes, parece até que está dançando. Sozinha ou
acompanhada, ela não pisa. Isso vem desde pequenina, quando a madrasta sempre
alertava “Não pisa no bueiro, ele pode abrir!”, foi coisa que ficou e mesmo 15
anos depois, ela não pisa. Confessou que ao ler “It”, do Stephen King,
piorou um pouco as coisas.
Tem gente que acha besteira, outros um exagero, mas verdade
seja dita, nunca fez mal, muito pelo contrário. Ela sempre sente que está fazendo
algo correto, que está mais segura, evitando os bueiros. Ainda mais depois de
2010, quando eles começaram a explodir no Rio de Janeiro, levantando carros e
matando pessoas, um horror. Alguns cuspiam fogos, eles estavam em todos os
noticiários, era “a revolta dos bueiros”, e ela sempre soube que isso iria acontecer.
Uma funcionária do seu pai, uma vez, ignorou a regra de não
pisar no bueiro, era o tipo de coisa ao qual não dava atenção. Foi entrar em um
hotel carioca e pisou no bueiro do esgoto, caiu. Foi feio. Uma perna só, mas o suficiente para a maior situação. Além do constrangimento do momento,
ficar suja de esgoto e se machucar muito, o rasgão na perna ainda proporcionou
algo que ela vai levar para o resto da vida, Hepatite C. Culpa do bueiro.
Então, em 2015, eu desejo que você não pise em bueiros. Não
tenha medo de parecer dançar quando desvia deles, ou até dance ao evitá-los, porque o
importante mesmo é ter consciência do que está fazendo! Feliz ano novo!
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